23
Set 10

 Por: Kachipepe

 

Não é novidade pra ninguém, em Luanda, as coisas mudam muito rápido. Algumas não tão rápido assim, é verdade, mas mudam.

Alguns mambos mudam pra melhor e outros pra muito pior. Há mudanças que despertam a admiração e o reconhecimento de todos. Outras, fazem nascer e crescer muita indignação e revolta.

Reparando nessas mudanças, foquei minha atenção para uma que envolve Zungueiras e Candongueiros. Percebi que as Zungueiras evoluíram rápido e adaptaram-se aos novos ventos. Enquanto isso, os Candongueiros continuam na idade da pedra.

Alguém se lembra daqueles gritos que vinham da rua e que mais pareciam música: é carapau, é carapauééé... é lambula, é lambuléééé... E aqueles chamados: Prenda, Zamba 2; scongolenses, scongolense; Aza branca, Zé Pirão, Mutamba...

Pós é, o primeiro esta em extinção, ou melhor, estão bem diferentes. O segundo, éh pá! O segundo continua o mesmo, só aumentaram alguns nomes na letra da música. Nome de bairros novos, de novos pontos de referência pela cidade, pois se ela cresce as rotas de taxi não poderiam continuar as mesmas né?!

As Zungueiras, embarcaram nos ventos da globalização. Elas não se esgoelam mais. Agora, usam megafones. Gravam a sua mensagem, apertam o play e o mambo manda a mensagem pra todo mundo ouvir: “tem chinelo, tem Omo, tem... tem... ta bom ou num ta!!!” Dessa forma o investimento é só nas pilhas que precisam ser boas pra durar um bom tempo. Se o negócio não estiver a andar bem, elas param e gravam outra mensagem atualizando a promoção e vão embora porque o megafone faz o serviço.

Enquanto isso os cobradores de candongueiro continuam a chamar os clientes em viva voz, continuam a proferir gritando os seus destinos. Imagino que no final do dia devem ficar pelo menos um pouco roucos.

Mas então porquê não copiam só as Zungueiras?

Até aqueles cotas que vendem bombo com ginguba a noite, estão a deixar de usar candeeiros a petróleo, já estão a usar lanternas alimentadas a pilha.

Sinceramente acho que esta na hora dos candongueiros  reagirem. Será que não têm dinheiro pra investir?

publicado por beco1001 às 23:01
sinto-me: casando
música: Candeeiro da vovó/ Zeca Pagodinho

02
Set 10

Por: Kachipepe

Como já disse outras vezes, Candongueiro é Candongueiro.

Estava sentado no disputado banco da frente, mas deu pra ouvir a conversa que vinha da parte de trás do carro. Desta vez o assunto era a obrigatoriedade ou não do uso de luvas pelos agentes da policia de transito.

O assunto veio a tona depois que nos deparamos com a cena de um agente sem luvas a abordar um motorista. O carro era um Toyota rabo de pato vermelho e fazia processo alternativo na linha Camama 1 – Golfo 2.

Um madie que estava no Candongueiro berrou:

- Eu, sem luvas não dou as minhas cartas!

O outro rapaz que estava do lado diz:

- Pra quê só arranjar confusão com o agente. Usar luvas não é obrigatório.

Uma mama que viajava conosco entrou na conversa e acrescentou:

- Meu filho tens razão, a guerra já acabou pra quê mas confusão.

O autor da conversa ficou enfurecido e disse:

- Xé, é obrigatório. Não tem conversa, sem luvas brancas eu não apresento as minhas cartas. Eles também não nos entendem quando falta um papel.

- Mano, e o calor, não tens pena dos agentes? Trabalhar debaixo desse sol e ainda ter que usar luvas, não tens coração oquê? – comentou uma senhora.

O cobrador para não ficar de fora perguntou:

- Mas afinal luva é obrigatório ou não?

O motorista, no fundo de sua experiência lançou uma frase de efeito que encerrou a conversa:

Meus amigos, não adianta só filosofar bué: “A Gasosa é o melhor entendimento entre o polícia e o cidadão”Prontos, pra quê complicar.

 

 

publicado por beco1001 às 15:17
música: Meu Bem Querer - Djavam
sinto-me:

13
Ago 10

 Eu como sou um grande cliente dos candongueiros de Luanda, apanho candongueiro pelo menos uma vez por dia tenho ouvido muitas (hi)estória. dizem até que um brasileiro escreveu um livro só com (hi)estórias que ouvia nos táxi, mas até agora não encontrei esse livro.

Como algumas delas são marcantes vou começar a postar aqui no beco. Estejam a vontade para subir  e ouvir as "(Hi)estórias no Candongueiro".

 

 

 

Uma moça estava a namorar um chinês mas a mãe dela não gostava e lhe avisava sempre – Esses chineses não prestam eu não te quero ver mais com eles.

Mas a filha estava cega de amores e continuava o romance com o chinoca, alguns meses depois apareceu o resultado ela estava grávida. Mas, quatro meses depois  o bebe o morreu.

No óbito a mãe então começou a lamentar – Minha filheeee!!!… eu te avisei… Hospital geral de Luanda 4 anos, um prédio 3 anos e filho de chinês 4 meses!!! OBRA DE CHINÊS NÃO DURA! OBRA DE CHINÊS NÃO DURA! OBRA DE CHINÊS NÃO DURA!!!

 

Não tenho nada contra o povo chinês, e reconheço o trabalho e a dinâmica que trouxeram ao nosso país principalmente na área de construção civil. Essa piada ouvi no candongueiro e como achei ingressada estou a postar aqui.

Quanto as obras dos chineses não têm qualidade quando quem deve, neste caso nós angolanos, fiscalizar não o fazemos como deve ser o resultado são as estradas descartáveis e o mais trágico, um Hospital que nos custou tantos milhões nem fez cinco anos e já corre risco de desabar e o pior não se ouve falar em nomes dos culpados.

 foto retirada do www.opais.co.ao

publicado por beco1001 às 11:12
sinto-me:
música: Salute - Whitney Houston

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