23
Nov 10

Kachipepe

 

É avilo!!! Em Luanda agora é assim: as pessoas se produzem todas pra ir a um funeral, como se à uma festa de gala se tratasse.

 

Se antes o branco e preto eram as cores pra actos fúnebres, agora, as damas bazam até de vermelho, rosa, amarelo, laranja, quer dize, só as cores “mais cheguei”, pra chamar mesmo a atenção.

 

Na verdade, os óbitos se transformaram em locais predilectos para desenvolver uma paquera, na ausência de locais públicos de lazer que proporcionam encontros, afinal, quem não tem cão nem gato, caça mesmo com reto.

 

Há quem diga que as damas vão só pra ver os Boss´s da família. Ficam de olho bem aberto pra marcar qual é o tio que dá mais cumbo.depois jogam todo seu charme pra cima do kota não importando se casado, solteiro ou viúvo. Já os homens, parece que são mais discretos: bazão nesses eventos pra beber de graça, consentir uma paquera, ninguém é de ferro, e, claro, pitar um coxe, afinal, de graça, bar aberto, boca-livre, não faz mal a ninguém.

 

Os óbitos há muito que deixaram de ser cerimônias nostálgicas em que os parentes e amigos se encontram para consolar quem perdeu um ente. As Mulalas das kotas deram lugar ao desfile de moda e posses.

 

Tas a ver aquela expressão “ ché quez dá caldo”? Já esta ultrapassada. A canjica e o caldo foram superado pelos Mufetes, Muambas, Bolos, Doces diversos, Rissós, Tortas e Pudins a maneira. Da Kissangua, coitada, já nem se fala mais, nem nos circulos mais conservadores das famílias, de vez enquanto, aparece nas praças e paragens de candongueiro, mas com novo nome pra disfarçar: “Sumol em Saco”. Nada de coisa de pobres (kissangua) nos óbitos a onda agora é Cuca, Sagres, Castle, Carlsbrg, Coca-Cola e associadas, Sumol até a forasteira Kiss ou então a Blue, por que as Youk´s sumiram do mapa. Quer dizer, até aquelas cotas que duziam os piteus dos óbitos naquelas panelas bue gudas também estão desempregadas; foram substituídas pela contratação dos serviços de Bufft´s.

 

Óbito na cidade da Kianda é festa grande. Já há quem prefira patar nos kombas do que ir nos casamentos. Pelo menos, nos óbitos não olham nas caras nem querem saber se é parente do noivo ou da noiva pra te servirem. Só falta mesmo contratar DJ´s pra animar o bo... digo o óbito, com músicas da igreja, já que os kuduristas já fazem questão de cantar daquele jeito ne.

 

Nesses encontros não podia faltar a turma dos BUFUS, aqueles que definem a qualidade dos óbitos, segundo critérios já bem definidos: Adesão de pessoas famosas, número de carros, que inclui os da moda, último grito, os que mais choram, quem desmaia mais, a quantidade e qualidade do piteu e bebida etc. quem não consegue um óbito nestes moldes é logo taxado de “JIMBA DIAFU”, “DIBINZERO”.

 

Éh... meu morrer na Nguimbe não é negócio pra qualquer um.

 

E não para por aí, o que dá mais pontos é o lugar onde será o enterro. Tem que ser ALTO DAS CRUZES ou SANTA ANA porque o resto é mesmo resto. O óbito pode ter tudo, mas se o funeral não for nesses lugares perde todos os pontos.

 

Diante disso, começa um novo dilema já que conseguir espaço nestes cemitérios não é coisa fácil e carece de “cunha forte”, mas também, 14 ou Camama não são cemitério pra Vip´s - tipo não vão ser comidos também pelos salales. Então o defunto chega mesmo a ficar uma semana ou mais a espera que se decida sobre seu próximo endereço.

 

Mas nem tudo mudou, ainda se vê aquelas kotas que sempre exageram na hora de exprimir sua tristeza. Aquelas kotas que vão chorar no Kinaxixi, quando o óbito é no Marçal, pra depois reclamar dos rins – “aié miongoééé”. Ainda é a oportunidade ímpar pra ver todos os parentes, onde os que menos choram são as vítimas, quando se procura um culpado pela morte: “EIE U MULOGI”. Ele é o feiticeiro vês que nem chora. Eu já sabia.

Os vizinhos da rua toda, continuam com aquele mau e velho hábito de faltar ao serviço durante um mês sob pretexto de óbito na casa do vizinho que em vida se quer cumprimentava.

 

O atestado de óbito é entregue no regresso do funeral. Um parente faz já bué de cópias e vai entregando... quer dizer se um gajo não quiser trabalhar, é só procurar uns obitozinhos aqui e acolá, pegar uns comprovantes e prontos. Se o sobrenome do defunto coincidir então ai estarás feito, ninguém questionará nada e terá as faltas justificadas no serviço. Produção que é bom nada.

 

Isto é caso pra dizer: ONDE ESTAMOS E PRA ONDE VAMOS!!!

 

N.B: Essa crônica foi escrita em agosto do 2004. Foi publicada em diversos veículos e até musicada. Ela continua muito eloqüente e atual.



 

publicado por beco1001 às 21:41

17
Nov 10

Fonte: http://defesadigital.uol.com.br

 

Quando sua ferramenta de antivírus encontra algum malware em seu disco rígido, normalmente é oferecida duas opções de proteção: excluí-lo ou movê-lo para a quarentena (que em alguns programas a quarentena pode receber outros nomes como “vault”, por exemplo).

A opção de exclusão de malware deveria ser suficiente, mas a quarentena se faz necessária por alguns motivos. Quando um malware perigoso se anexa a arquivos, o antivírus tenta limpá-lo. Em alguns casos, quando a limpeza não é possível, o arquivo é enviado para quarentena até que uma nova atualização do programa de defesa seja liberada e o antivírus seja capaz de lidar com a ameaça sem excluir arquivos importantes do sistema. Com as ferramentas mais novas, capazes de identificar possíveis pragas inéditas a partir da análise de padrões em arquivos, a quarentena é ainda mais útil, dando aos especialistas tempo de pesquisar soluções sem que muitos danos sejam trazidos à máquina.

Outro ponto importante é que os programas de antivírus apresentam os chamados “falsos positivos”. Isto acontece quando o antivírus, erroneamente, acusa um arquivo saudável necessário ao Windows ou a outro programa como suspeito. Apesar de incomum, isto acontece e, se apenas a opção de exclusão fosse utilizada, o sistema poderia perder arquivos necessários para rodar programas ou para se manter estável. Com a quarentena, um arquivo considerado suspeito pode ser restaurado sem muita dificuldade.

Assim como a quarentena de seres humanos, onde se isola um indivíduo com doenças contagiosas, a “quarentena digital” move o suposto malware para uma área segura, onde ele não pode se alastrar ou causar danos. Normalmente, neste caso de quarentena, o arquivo suspeito é cifrado através da criptografia de dados.Desta forma, quando o antivírus acusa alguma atividade estranha dentre seus arquivos e for impossível limpá-los, você já pode movê-los para a quarentena e aguardar, em segurança, até que uma solução seja oferecida pelo programa de antivírus.

Enquanto as pragas estão ali, invisíveis aos seus olhos e incapazes de agir, você poderá analisar como o computador se comporta. Em casos de instabilidade é possível resgatar o arquivo movido para a quarentena. Só não é recomendado fazer isso sem antes de entrar em contato com o suporte do fabricante de antivírus e se certificar de que é a operação é segura.

publicado por beco1001 às 10:47
sinto-me: tranquilo

15
Nov 10

Outro dia entrei num táxi, estavam todos calados, pensei to lixado hoje não vou apanhar nenhuma (hi)estória, parecia que todos estavam a  andar sozinhos  e ainda por cima o carro não tinha musica, mas isso pra mim não era problema tinha os fones ligados ao telefone de onde ouvia alguns sons, já no final da viagem uma kota rompeu o silêncio - Um jovem casal, o pai era de Luanda e a mãe de Cabinda, foram morar em Cabinda tiveram um filho e depois se separaram.

Então o marido decidiu voltar para Luanda com o filho contra vontade da mãe.

Alguns anos depois a criança estava a brincar e subitamente faleceu, o pai então teve a difícil missão de comunicar a ex mulher que duvidou e não aceitava o facto, ela dizia – Só acredito se vieres até Cabinda  pra me falar na cara. Foram muitas tentativas pra convencer a ex esposa do acontecido mas nada mudava as palavras dessa mãe incrédula – Só acredito se vieres até aqui pra me falares cara a cara. até que um dia depois do funeral o pai resolveu pôr um ponto final nessa situação e foi até lá.

- Assim que chegou em Cabinda, na casa da ex mulher  Quem estava la? - O cobrador que estava com a cabeça e um pouco do corpo pra fora do hiace através da janela pronto talvez pra chamar ou mesmo pra tomar um pouco de ar fresco voltou-se pra dentro concentrou-se na tia que vestia calça verde, eu desliguei a musica que estava a ouvir nos fones, parecia até que o candongueiro tinha parado no espaço e no tempo, até a kota de cabelos brancos e calça verde a cor da blusa não lembro devia ser vermelha pra combinar com os sapatos, rematar a (hi)estória – o filho deles!

 

publicado por beco1001 às 17:40
música: segurança máxima - Dodo Miranda
sinto-me: relaxado

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